sexta-feira, 15 de maio de 2009

Twisted Metal: Black (PS2)


Twisted Metal: Black é um jogo do gênero combate entre veículos, produzido pela Incog Inc. e lançado para o Playstation 2 no segundo trimestre de 2001. Trata-se de um jogo onde o objetivo é vencer uma competição onde vários pilotos enfrentam-se em uma batalha de vida ou morte, utilizando carros estruturados especificamente para um combate de projéteis e colisões.

A história do jogo roda em torno de um homem chamado Calypso, com o peitoral queimado e um olho articial, organizador do torneio Twisted Metal, onde as batalhas mencionadas ocorrem. Os competidores são escolhidos por Calypso, pessoalmente, que tem preferência por pessoas mentalmente perturbadas, que gostem ou tenham inclinação a matar. Por este motivo, o organizador busca a maioria dos competidores em um asilo para pacientes psiquiátricos, e os escolhidos aceitam por uma razão bastante plausível: Calypso tem o poder de realizar quase qualquer desejo que lhe seja pedido, caso a pessoa vença o torneio. Até mesmo desejos fantásticos, como voltar no tempo. A maioria dos desejos dos competidores se resumem à vingança ou desfazer algum episódio negativo, quase sempre sendo essas as razões que levaram os pacientes à loucura. Estando o circo armado, é só cada motorista entrar no seu carro e começar a pancadaria.

Os personagens são interessantes, e combinam com a atmosfera sombria e insana do jogo. Posso citar o caipira Billy Ray, vítima da cilada de um piloto de avião, que tentou lhe assassinar com uma espécie de gás tóxico para ficar com sua esposa, sua fazenda e o dinheiro do seguro. Billy sobreviveu, mas ficou bem deformado (a la Michael Jackson) e está com a mente perturbada por vingança. Preacher, por sua vez, é um padre que acredita estar possuído por um demônio, após tentar exorcizá-lo do corpo de um bebê. Graças a isso, o religioso fica doidão e mata vários, o que vai contra os ensinamentos divinos e motiva sua tentativa de retirar o demônio do próprio corpo. Daí, podemos ter uma idéia do estilo do jogo. A maioria dos personagens, no modo story, conta com três animações em CG, muito bem produzidas, para a época, que conta com detalhes as suas histórias. Infelizmente, não há legendas, então vai exigir um nível maior ainda de inglês para poder compreender tudo, ou procurar algum resumo das histórias em outro lugar.


Este é o carro de Billy Ray, o Junkyard Dog. É a única coisa que lhe restou e é o seu instrumento para vingança.

No jogo em si, cada personagem tem seu próprio carro, que se diferencia dos outros através dos atributos: Controle, velocidade, armadura, ataque especial, metralhadora e tamanho (estes dois últimos são implícitos). Você pode optar por escolher um carro grande, lento e de boa armadura, como o caminhão-guindaste de Billy Ray ou a pequena pick-up de Preacher, que é rápida, mas possui armadura menor. Existem um total de 15 carros e pilotos, sendo 10 destravados e 5 a destravar. Os carros são variados tanto aparência e ação. Na aparência, não é aquele seu carro comum, mas sim algo equipado com diversos mísseis, metralhadoras e outras armas pouco usuais. Cada arma selecionada ativa uma animação diferente no carro, você vê um compartimento se abrindo e um míssel saindo dele. Outra arma surge de outro ponto do carro, e isso tudo soma-se aos próprios detalhes estáticos do carro, ao recorte e boa estruturação dos níveis, à taxa de quadros quase impecável, aos efeitos climáticos, aos efeitos de partícula-luz e aos mínimos detalhes postos em cada fase, como placas animadas, pichações, letreiros luminosos, interação com o cenário, tudo feito naturalmente e com definição de imagem boa, de tal modo que possamos nos sentir imersos no cenário. Os efeitos sonoros são igualmente empolgantes, calculados a partir da distância de onde emana até chegar a você, dá uma ótima sensação de profundidade, além de serem bastante cristalinos, fiéis e compatíveis com os acontecimentos do jogo. A música, no entanto, é mediana; combina bem, mas geralmente é música ambiente, salvo pela faixa "Paint It, Black", dos Rolling Stones, durante os créditos e alguns pedaços orquestrais em certos momentos dos combates.

Apesar da resolução da foto, note apenas alguns detalhes do ambiente, o efeito das explosões, particulas e do carro.

Na ação dos carros, temos que adaptar o estilo do jogo para o carro que escolhemos. Talvez não seja boa idéia ir para o combate frente a frente utilizando Spectre, um carro frágil. No entanto, Spectre possui um ataque especial que segue o oponente e atravessa sólidos, além de uma excelente velocidade, permitindo ataques rápidos e uma fuga consequente. Deste modo, jogamos do jeito que for mais confortável às habilidades do carro, e você escolhe aqueles que mais combinam com seu estilo de jogo. Na hora da pancadaria, tudo é feito de maneira simples. Você é jogado no meio dos outros oponentes, em um cenário geralmente grande, contra de 6 a 8 inimigos. Os analógicos esquerdo e direito controlam, respectivamente, os pneus e a aceleração do carro, deixando seus outros dedos livres para selecionar suas armas com os botões L1 e R1, dispará-las com o L2 e atirar sua metralhadora com o R2. As armas são pegas em forma de itens, que estão espalhados por todo o cenário, já o golpe especial se restaura com o tempo. Também contamos com a presença de restauradores de turbo e saúde do carro. Helicópteros descem cabos com itens pendurados, e percorrem a fase até um sortudo achá-los e pegar o presente. Então, basta se armar e detonar o oponente, mas isto leva prática, pois o jogo é difícil, e os jogadores medianos (estou nessa classe), possuem uma taxa alta de vitórias somente no modo easy; no normal, já é bem complicado, e o hard é só pra quem nasceu com o dom. Os chefes então, nem se falam, são osso duro de roer, e vai exigir prática (ou cheats, para os malandros). Claro que leva um tempinho para se acostumar, mas isto feito, é só diversão aproveitando o jogo. Sempre frisando que há o modo challenge, onde você escolhe a fase e os inimigos que quer nela, uma espécie de jogo-rápido, pra quem não quer se aventurar no modo story toda vez.

"Lá vai bomba!" O golpe especial é sempre útil, mas use-o sabiamente, tente tirar o maior proveito possível dele.

O modo multiplayer está bem sólido e divertido. Você pode optar pelo clássico modo deathmatch, para até quatro jogadores (usando o multitap, claro), onde um jogador deve destruir o carro do outro. Tem o modo last man standing, onde você e seu amigo escolhem, alternadamente, carros para integrar uma lista, a qual determinará os seus carros na hora da batalha e a pancadaria só termina quando todos os carros da lista forem usados. Por último, há o muito divertido modo co-op, onde você e seu amigo zeram juntos o jogo, similar ao modo story, necessitando de trabalho em equipe, pois se o seu parceiro perder todas as vidas, você também perde. Tudo isso roda quase com perfeição, você pode escolher a tela dividida entre horizontal e vertical, além de quase não haver lentidão (exceto quando vocês estão em um mesmo local com a ação pegando fogo). Uma crítica negativa é a falta de maior customização nos modos de deathmatch, onde seria bom podermos escolher a quantidade de vida com a qual começamos, um modo mais eficiente de trocar de carros após as batalhas e pontos de início aleatórios, para as fases. De qualquer maneira, os problemas são poucos, e ficam no canto, comparados com as coisas boas.

O modo deathmatch é muito divertido, e mostra quem é o rei dos carros assassinos.

Resumo técnico:

Gráficos - Cheios de detalhes e com boa definição. Os cenários conseguem criar sua própria identidade, graças a forma, tamanho e conteúdo variados. Os carros estão bem feitos e cheios de animações de batalha, o que realmente dá a sensação de um veículo pronto pra porrada. A interação com o cenário é alta, vários objetos são passíveis de destruição, e dependendo do terreno, seu carro deixa rastros e/ou levanta poeira/água. Efeitos de partícula-luz dão realismo às explosões e destruições. Conceito: MB.

Som - Efeitos sonoros dão clima e sensação de realismo, estão muito bem elaborados e adicionam à experiência, na hora da batalha. A música, no entanto, é mediana, salvo por alguns momentos orquestrais de intensidade e pela faixa "Paint it, Black", dos Rolling Stones, nos créditos. Conceito: B.

Jogabilidade - Comandos altamente práticos, são reconhecidos e interpretados de maneira eficaz e tornam o controle do carro algo simples e divertido. Exige um pouco de prática, mas logo após se acostumar, percebe-se que a coisa foi muito bem implementada. Quatro níveis de câmera permite ajustar a visualização ao seu gosto, radar ajuda a detectar inimigos e pontos de cura, dois modos de visualização dos itens, em formato ícone ou lista. Mecânicas compatíveis com a proposta do jogo e luminosidade ajustável de acordo com o gosto do jogador, visto que o jogo tem uma atmosfera mais escura. Conceito: MB.

Conclusão:

Twisted Metal: Black é ideal para quem gosta de combate entre veículos. Não penso duas vezes antes de afirmar que é um dos melhores jogos do gênero já produzido. A dificuldade alta pode espantar marinheiros de primeira viagem, assim como a jogabilidade diferente do que estamos acostumados para com carros virtuais. No entanto, logo que o período de reconhecimento passa, percebemos que o jogo flui naturalmente, dando ótimos sentimentos de imersão e naturalidade. Há algumas falhas no modo multiplayer, mas tal modo mantém-se sempre divertido, sendo uma ótima pedida para jogar com os amigos. É um jogo viciante, facilmente recomendável a qualquer um que vá com a cara do gênero. Conceito final: MB.

Crédito das imagens:

Wikipedia English (Capa) - http://en.wikipedia.org/
IGN (Demais imagens) - http://www.ign.com/

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