domingo, 17 de maio de 2009

Klonoa 2: Lunatea's Veil (Ps2)


Klonoa 2: Lunatea's Veil é um jogo do gênero plataforma, produzido pela Namco, e lançado para o Playstation 2 no segundo trimestre de 2001. Neste jogo, você controla Klonoa, uma espécie de gato antropomórfico com orelhas grandes em formato similar ao de uma mão. O herói deve percorrer várias fases, seja a pé, ou na sua prancha, utilizando seu anel mágico para superar os obstáculos, derrotar inimigos e salvar o mundo de Lunatea. Este jogo é a sequência do famoso Klonoa: Door to Phantomile, para o Playstation 1.

O jogo começa com Klonoa ouvindo uma voz misteriosa, que lhe pedia ajuda. Isto parecia acontecer em um sonho, enquanto o herói era levado pelas ondas, boiando no mar. Logo, Klonoa é salvo de vagar a esmo e se afogar por Lolo, uma ratinha sacerdotisa-aprendiz, e seu cachorro Popka. Eles se apresentam, e logo percebem que monstros dominavam o local e aquele não seria um bom local para conversar. Lolo, com seus poderes, entra dentro do anel mágico que Klonoa carrega, e através deste instrumento eles abrem caminho até chegarem a Baguji, um sábio que revela o perigo que Lunatea enfrenta: O mundo, que possuia quatro reinos, estava prestes a recobrar um quinto, há tempos esquecido, o reino da tristeza, que pretende estender seu domínio e sua característica por todo lugar. Cabe ao herói e seus amigos descobrirem o que está por trás de tudo isso, e como impedir essa ameaça.

Klonoa (roupas azuis e luvas amarelas), Lolo (roupas róseas) e Popka (cachorro amarelo) escutam as palavras de Baguji (em primeiro plano, de costas), que lhes conta a desgraça a ocorrer no mundo de Lunatea.

Jogando, percebemos que trata-se de um jogo de plataforma, no maior estilo velha guarda. A orientação do jogo é em duas dimensões, mas sua perspectiva é em três, muito auxiliada pela câmera móvel que sempre busca ângulos que evidenciem a construção tridimensional dos cenários e sua profundida. Tal efeito é muito bem implementado, e realmente temos a impressão de tridimensionalidade, apenas com a movimentação restrita a uma superfície plana de orientação vertical. As capacidades de Klonoa incluem correr e pular (óbvios), flutuar por um curto período de tempo (com o auxílio de suas orelhas) e inflar seus oponentes usando seu anel mágico. A principal habilidade do herói é, realmente, o uso de seu anel mágico. Com o auxílio de Lolo, que transforma-se em energia e entra no acessório, Klonoa consegue disparar uma espécie de "bala de ar", à curta distância. Tal bala infla o inimigo, deixando-o tão leve que se torna bastante fácil de carregar. Assim, Klonoa pode arremessá-lo como projétil ou utilizá-lo como impulso no ar, para realizar um pulo duplo (ou disparar o inimigo para baixo). Conforme seu progresso no jogo, você encontrará inimigos que possuem propriedades especiais, às quais diversificam e enriquecem os quebra-cabeças que Klonoa terá de resolver para avançar em sua aventura.

Cada inimigo tem sua peculiaridade. Este, por exemplo, é uma bomba que pode explodir obstáculos. Cabe ao jogador saber como montar a situação que vá tirar proveito da habilidade do inimigo para prosseguir no jogo.

Basicamente, a jogatina se resume a chegar até o final da fase, tendo, para isso, que superar todos os quebra-cabeças e perigos existentes na fase (como inimigos, abismos e armadilhas). Na teoria não parece ruim, mas também não parece bom. O que vai, realmente, apimentar o jogo é a maneira como tudo isso é cobrado e implementado no jogo. As habilidades de Klonoa são muito bem aproveitadas com o design da fase, e é realmente divertido fazer os quebra-cabeças, utilizando os inimigos como ferramentas e ainda destruindo-os no processo. Para dar uma variada, vez ou outra aparece um chefe, numa espécie de arena circular, que o herói circunda para esquivar dos ataques do inimigo e para posicionar-se a fim de conseguir um bom ponto para mirar e atacar. Geralmente, você deve estar no lado oposto do círculo e arremessar algum inimigo no chefe, mas cada um tem sua fraqueza e um jeito específico de se derrotar, então, cada luta se torna único e realmente adiciona à experiência. Também existem as fases de prancha, onde Klonoa desliza em um prancha que Popka alugou (e consequentemente roubou), em fases que priorizam velocidade, precisão e equilíbrio, tudo muito bem implementado. Elas aparecem em bom número, e você até enfrenta um chefe estando no prancha. Dessa forma, mais uma vez o passo do jogo é variado, e de uma forma interessante e divertida. Assim, Klonoa avança, de fase em fase, de reino em reino, confrontando chefes e reunindo cristais mágicos, até confrontar o Rei da Tristeza.

Nas fases de prancha, é necessário ter precisão e saber quando acelerar ou diminuir a velocidade, para evitar os perigos do trajeto.

Resumo técnico:

Gráficos - O estilo gráfico dos personagens do jogo é o cel-shading, que deixa o visual parecido com um desenho animado, nesse caso. Os cenários possuem uma modelagem mais realista, ainda assim retratando um ambiente colorido e de formas simples e agradáveis. A simplicidade de tudo combina com o jogo, e percebe-se esforço dos produtores, mas poderia ter saído melhor, já que notamos consideráveis serrilhados e ausência de construções geométricas avançadas. Os efeitos de partícula-luz estão muito bons, e algumas das localidades (como a fase "La-Lakoosha") retratam um ambiente fantasioso em suas cavernas, ricos em detalhes e com uma atmosfera impressionante. A câmera constantemente te mostra ângulos impressionantes, durante a interação de Klonoa com certos elementos, além da taxa de quadros ser impecável, não havendo momentos de lentidão. Conceito: B/MB.

Som - Os efeitos sonoros combinam muito com o jogo, mas é algo de um mundo fantástico. Qual o som de um inimigo cuja composição desconhecemos se inflando por causa de uma força que também desconhecemos como age? Sei lá! Não se aplica realismo aí. Cabe à nossa imaginação. O resultado que vemos no jogo ficou legal, sem ser irritante, como às vezes costuma ser. As vozes dos personagens estão excelentes, num dialeto próprio (derivado do japonês), eles conversam e suas vozes e entonação transmitem muito bem suas personalidades e sentimentos, adicionando muito na hora de assistir à história. As músicas estão boas, mas jogos de plataforma costumam conter músicas bem viciantes e divertidas, o que não é muito o caso deste jogo. As composições estão bem feitas e combinam, mas faltou aquele toque especial para se firmar no gosto dos ouvintes. Conceito: B/MB.

Jogabilidade - Os comandos respondem de maneira excelente. Você pode controlar Klonoa com o direcional ou o analógico esquerdo, e existem apenas os comandos de pular e utilizar o anel mágico, se tornando algo bem simples e fácil de se adaptar. Outro botão permite ver estatísticas da fase (como o número de cristais e estrelas coletadas). A câmera é móvel e automática, mas nunca deixa o jogador na mão. Sempre procurando um bom ângulo, une a beleza e a funcionalidade de forma impressionante, e realmente deixa o jogo mais divertido e com uma mecânica única. Por exemplo, o fato da câmera acompanhar o herói, quando ele pula num rebatedor que o leva a alturas impressionantes. Você tem a sensação de estar caindo junto com Klonoa, facilitando seu pouso e lhe dando maior sensação de interação. Tudo cumpre o seu papel, de uma maneira simples que se extende para toda a extensão do jogo. Conceito: MB.

A câmera costuma pegar ótimos ângulos, onde você compartilha com Klonoa os diversos efeitos dos elementos do jogo. No caso, vemos Klonoa voando após ser arremessado por um canhão.

Conclusão:

Klonoa 2: Lunatea's Veil é um raro caso de jogo de plataforma clássico em um Playstation 2. Tão bem produzido assim, é praticamente o único. A dificuldade geral é fácil, excelente para crianças desenvolverem sua capacidade de jogo, ao mesmo tempo que aproveitam excelentes mecânicas de plataforma. Isso não impede que os marmanjos se divirtam. Se você é daqueles que cresceu jogando Mario e Sonic, então deve gostar do gênero, e digo com firmeza que este é um dos melhores do console. Apesar da sua duração ser pequena, da facilidade e daquele gostinho de "eu queria mais", como que se desejando por algo um pouco maior ou mais intenso, este jogo diverte do começo ao fim, e enquanto dura é capaz de proporcionar muita diversão. Conceito Final: B/MB.

Crédito das imagens:

Wikipedia English (Capa) - http://en.wikipedia.org/
IGN (Demais imagens) - http://www.ign.com/